1.7.09

De novembro de 2008


Vê se te alimenta e não pensa que eu fui por não te amar.



Eu costumava odiar coisas combinas, coisas com regras, coisas com hora e dia marcado. Mas ai com um desses padrões desparadronizados que eu mesma estipulei na minha vida você surgiu. Ao mesmo tempo que foi numa surpresa, foi uma coisa que eu ja esperava. Porque no fundo no fundo era alguém como você que eu sempre procurei por ai. Dei tanto chute errado, fui tão torta nas minhas miras, mas ai sendo descaso ou não da vida, dessa vez eu acertei em cheio e você surgiu. Foi como um prémio, desses raros, que ninguém tem dinheiro suficiente pra comprar e mais, nem tem noção de onde compra. Com sua aparição tanta coisa mudou. Foram mais risadas, mais nervosinhos, borboletas no estômago. Foram mudanças de padrões que antes era fundamentais. Fez eu ver e sentir tanta coisa que só você pra fazer. E dai com hora marcada, dia certo, e ponto de encontro.... Mas horas marcadas um dia param, e dias certos então... Eu te deixei ir, logo você que tinha dito que 2008 a gente ia ficar juntos, bem mais. E o que mais me dói é saber que você foi forçado por mim a desistir de quatro coisas na sua vida: de você, de mim, de nós, e do amor. É, eu sou esse alguém que olha para trás e não se orgulha, sou alguém que errou, aquele alguém que te perdeu, e eu não queria, mas esse alguém sou mesmo eu. Eu queria que fosse mais fácil. Mas é tudo tão difícil, quando os dias me culpam e me trazem uma dúvida. Pertinho do seu aniversário, pensei em te dar algo, algo em que você ficasse supreendido com a capacidade que eu tenho de lembrar de tudo o que você me disse, de tudo que aconteceu com a gente. Tá, nem tudo. Eu esqueci do principal, eu esqueci daquele dia no shopping, que você contou do seu orgulho, e de que não voltaria com quem te deixasse. É, eu esqueci, mas hoje isso não larga mais dos meus pensamentos, pena que você me relembrou tarde demais. Eu pensei em só dar os parabéns mesmo, já que eu prometi que não era amor, talvez pra deixar de ser mesmo, talvez pra me convencer disso. só que é tão dificil quando o coração e a vida quer me provar ao contrario. Só que é tão difícil, quando eu não sei se eu atendo aos seus desejos, ao que você precisa. É que depois que tudo terminou... Preciso escrever, preciso saber o que se passa comigo. Ouvi a frase 'a cabeça diz que não importa, mas o coração não esquece'. E resumiu todo o 15 de Agosto (sim, ultimamente as datas tão mais presentes). Eu sei que o acordo era esse: fingir. Mas eu nunca fui de obedecer as regras mesmo, por isso é melhor inverter as letras e os nomes, a solução seria: fugir. Não pense que quero retomar um passado ruim, não é isso. Só preciso tomar um rumo pra esse futuro. E desaparecer é o melhor a fazer quando se tem medo. Tudo bem, não me dá medo confessar que tenho medo - tá estampado em minha cara. E eu tenho MUITO medo. - as coisas agora estão com mania de vir dobradas... mais ei, não fui eu quem te disse pra esquecer dos medos e seguir em frente sem eles? Que fraca eu sou! O medo é mudar, persistir até que vai, mas e se eu estiver insistindo no errado? De tantos exemplos.. mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca... A vida dói mesmo. é fato, sempre doeu, não é novidade. Viver aqui dentro com tanta gente brigando pra saber qual dos “eus” é mais eu. Não é fácil, mas tudo bem. No meio disso tudo dá pra se divertir, dançar e esquecer de vez em quando. Então vamos em frente. Desculpa! eu não queria ter errado tantos sentimentos que ainda sinto desde quando você se foi. Eu acho que você pensou eu esqueceria tudo isso mas parece que sempre tem algo que me faz lembrar você, Garoto não é fácil. Quando escuto nossa música sinto todos os velhos sentimentos. Gostaria que apenas apertando um botão a voltássemos no tempo e eu não precisava te dizer. Você não sabe, mas tenho tentado, tentado te esquecer. Mas não consigo, mesmo com o tempo... Estou perdida e confusa não tenho nada a perder, eu ainda não sei como entrar nesse seu mundo, mas eu adoraria te ouvir me ensinar o caminho. É estranho, mas hoje eu desejo voltar para conseguir avançar. Mas nunca sei a velocidade certa para te alcançar, eu que sempre andei tanto, tive agora que parar. Eu paro, eu olho, e eu lembro de você, quando eu ouço aquela música, quando eu vejo aquele filme, quando eu passo em frente aos lugares em que fomos felizes, e principalmente quando eu não te ouço, não te vejo e ainda assim te sinto. Eu peço um modo de te convencer que eu sou mais, que eu posso ser mais. Eu preciso repetir: nem sempre a vida nos dá uma segunda chance e nem sempre a chance nos dá uma segunda vida. Eu cresci, amadureci, me tornei alguém melhor, e eu quero muito que você saiba que foi por você. E eu também não quero nem um pouco que outro aproveite a pessoa que me tornei por você.
29 de Novembro. (...) Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau e eu quis gritar: tá esquecendo de mim. Mas eu combinei que não era amor. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim... Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno só porque seu olho tem uma cor linda e diferente. Não deixa eu assim. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso. Combinei que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro que escreve, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado. Adoro como o mundo fica coitado, fica quase, fica de mentira, quando não é você. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo da dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz.. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo. Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre. E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. Só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor .. acredite em mim. é amor. Porque no meu contrato, tomei cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro. Mas quando, de vez em quando você querer me beijar, mesmo que seja num lugar lotado, música agitada e você meio bêbado eu vou deixar. Não foi assim que nossa história começou? E um dia você vai perceber que eu não passei mais tempo do teu lado naqueles beijos por causa do meu contrato, porque dói te beijar e te sentir. Te amo. Afinal, quem sente saudades por aqui, sou eu mesmo, sempre. Juro que não te entendo, muito menos me entendo do porque de eu continuar te procurando. O que mais me chamou a atenção em você é a mesma coisa que hoje que nos impede de estar de mãos dadas. A diferença. Do meu sentir, do seu desligar.


"Essa não é mais uma carta de amor, são pensamentos soltos, traduzidos em palavras pra que você possa entender o que eu também não entendo"

2 comentários:

  1. È a texto mais lindo que já li *-*

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  2. nossa realmente é uma historia muito bonita e que vale apena ler pelo fato de ser interessante...

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