20.9.11

Losers. Or not!

Estar vivo é perder. Perder os dias que passam, as horas que não voltam, os lugares aos quais não voltamos a pertencer. Viver é ter essa coisa grande, imensa, e cheia de surpresas que é acordar todos os dias e sentir o ar entrar e sair outra vez, numa próxima já diferente, porque nada volta a ser igual. Viver é saber que o não estar vivo está logo ali, mas se negar a aceitar isso e lutar para que isso demore a acontecer. Perder também é grande. Em dor, em medo, em luta, em recomeço. Perder é, antes de mais nada, precisar de forças para entender. Quem perde e não se entrega é gigante, pode muito. Quem perde e chora é humano, tem muito pra botar pra fora. Quem perde e se entrega, nunca merecia ter tido. Drasticidades à parte, perder também é sublime. Ninguém descobre a força que tem até sentir o choro na gargante e continuar encontrando motivos pra sorrir. Ninguém sabe o quanto pode ir longe até perder o caminho. Quase ninguém consegue vê, mas perdendo se ganha muito: outra chance, nova vida, rumos diferentes; quem perde algo ganha possibilidades e, se der sorte, ganha conforto à curto prazo. E o melhor de tudo, quando perde-se algo é que descobre-se o valor daquilo. Sem filosofia barata de quem precisou perder pra dar valor, isso é cegueira. Falo de algo bem melhor que isso... Falo da saudade boa dos dias que não voltarão a ser, falo da grandiosidade dos momentos bobos e memoráveis ao lado de alguém com quem isso jamais voltará a acontecer, falo de perceber o quanto foi incrível mesmo que nunca mais volte. Sem chorar o leite derramado, perder e não poder ter de novo é se saber sortudo por um dia ter tido. Sem olhar pro fim da estrada, sem cronometrar a caminhada, a gente quer mesmo é viver o que for concedido. Se for pra perder, que seja... Aproveitemos! Quem perde algo, já o ganhou um dia e nada é mais certo: Quem tem medo de entrar na guerra já está vencido.

Jéssica Taiza

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