25.7.11



-Oi.
-Oi.
Impera aquele silêncio constrangedor...
Até que ele o quebra e diz:
-Estava em casa, perdido entre trabalho, músicas e lembranças e no meio disso tudo, você. Tentei abstrair, mas você me cutucava no pensamento, com teu jeito macio de falar, com teu jeito doce de pedir mais,
com todos os 'cadinhos' que tua voz pronuncia.

- Eu também pensava em ti. Estava lendo um artigo sobre anatomia e ouvindo Biquini Cavadão, até que tocou aquela música que foi nosso tema no carro aquele dia que o desejo teve pressa.

- E porque não me ligou? Não foi até mim? Se sentia saudade?

- Veja bem, eu não disse que senti saudade. Eu disse que pensei em você.

- Mas você é orgulhosa! Nunca desce do salto e eu te adoro assim, toda pequena.

Ela perde um pouco da pose, sente o rosto queimar e fica sem saber o que fazer com as mãos, ajeita a franja, cobre o pedaço da barriga descoberto pela blusinha branca e não o encara.

Ele se corrói. Sente tesão e ao mesmo tempo raiva. Como ela pode parecer tão 'nem aí'? Se no fundo ele sabe que ela arde em desejo por ele. Ele aprendeu a ler os seus olhos e eles não mentem.

- Enfim, me conta... como tá sua vida? Suas coisas? Diminuiram as brigas com sua mãe? tá comendo direito?

Ele se aproximou, sentiu o perfume da pele morena dela, olhou pra sua blusa branca que denunciava os seios mortos de sede da sua boca. Chegou perto do seu ouvido...

-Eu falo tudo o que você quiser saber sobre minha vida, mas depois. Agora quero só te dizer que não existe outra. Que você é a única que me deixa assim, quebrando orgulho,
quebrando barreiras só pra poder te sentir minha.

Lábios, umidade, mordidas, mãos desesperadas por tomarem posse do que acham-se donas. Ela sorri um sorriso safado ao ver que se rende ao único homem que a desperta de menina a mulher.
Não tem mais ele/ela ali, tem dois corpos famintos como lobos na caça, naõ tem mais carinho, nem tão pouco palavras doces... são dois sendo um, é um sendo todos. Todos os desejos do mundo.

Ele vibra ao ver seu longo cabelo preto desenhando a curva das suas costas, arqueadas pra ele, vê uma gota de suor que desce até onde ele agora tateia com as mãos.

- Me pega pra você, assim... rápido... assim... aperta... assim... sente.

- Você é minha. Só minha. Isso... se rende... me domina. Olha nos meus olhos...

Ela sorri... morde o lábio... solta um gemido contido, mas intenso. Ele esquecia do dia que passou, afundado em papéis, com ligações intermináveis...
Ela esquecia que um dia, deixou de ser dele.

-Fala que me ama!
-Não, não vou falar. Não quero romance agora. Odeio romance quando tuas mãos grandes me tomam.

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